Em Irauçuba, uma pequena cidade do interior do Ceará, além da seca, nada de especial acontecia. Mas sente-se a crise financeira internacional. Onde todo mundo devia a todo mundo.
Subitamente, um rico turista de Brasília, chega ao pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de R$100 sobre o balcão, pega a chave e sobe ao 1º andar para inspecionar o quarto indicado, na condição de desistir se não lhe agradar.
O dono do hotel pega a nota de R$100 e corre ao fornecedor de carne a quem deve $100, o magarefe (lá eles usam esse nome) pega no dinheiro e corre ao fornecedor de bodes para pagar R$100 que devia há algum tempo. Este, por sua vez, corre ao criador de bodes que lhe vendera a carne e este, por sua vez, se apressa em entregar os R$100 a Maria Chinim, uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os R$100 e corre ao hotel a quem devia R$100 pela utilização casual de quartos para atender os seus clientes.
Neste momento o turista brasiliense rico desce à recepção e informa ao dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, e pede a devolução dos R$100.
Recebe o dinheiro e sai.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.
Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e estas pessoas da pequena e quente Irauçuba agora encaram o futuro de forma otimista.
É assim que funciona a ciranda financeira. O dinheiro sempre volta para quem o detém.
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