E aí, cumpanhêros? É este o PT que vocês queriam? Defender Sarney, beijar a mão de Jader Barbalho, se aliar a Maluf? Carajo!
Deu no CorreioBraziliense
Lula orienta ministros a blindarem o parlamentar. Quer manter o PMDB próximo de Dilma e evitar retaliações
De Daniel Pereira:
Depois de defender publicamente o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem a ministros que reforcem a operação de blindagem ao peemedebista, fustigado pela crise dos atos secretos. A determinação foi passada durante a reunião da chamada coordenação política, no Centro Cultural Banco do Brasil. Pelo menos três motivos justificam a decisão. O primeiro deles é o fato de Sarney ser considerado aliado fundamental nos esforços para garantir o apoio do PMDB à candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O segundo é o temor do governo de que, caso o senador deixe o comando do Congresso, seja aberta uma nova guerra entre petistas e peemedebistas pelo posto, o que pode dificultar votações em plenário e o projeto de unir as duas legendas em 2010. “A pior coisa seria entrarmos de novo naquela disputa ferrenha do início do ano”, declarou um auxiliar de Lula, referindo-se ao embate entre Sarney e o petista Tião Viana (PT-AC) pela presidência do Senado. Com o apoio ao peemedebista, o governo também tenta impedir que o PMDB, detentor da maior bancada da Casa, retalie o Planalto. Por exemplo, tirando do papel a CPI da Petrobras. “Parte dessa CPI foi motivada pela tentativa de tirar a crise administrativa do foco do noticiário”, afirmou um ministro.
Guiados pelo líder do PMDB Renan Calheiros (AL), governistas impediram até agora o início dos trabalhos da comissão que investigará a estatal. Ontem à noite, no entanto, foi lido o pedido de instalação da CPI do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit). O autor do requerimento é o senador Mário Couto (PSDB-PA), mas a iniciativa tem o aval de correligionários de Sarney. Ontem, Lula ouviu relatos sobre a crise administrativa no Senado. Em seguida, ele, Dilma e ministros — como Franklin Martins (Comunicação Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) — desenharam a estratégia a ser adotada.
Uma das orientações é entoar o discurso de que o escândalo não é do peemedebista, mas da Casa. “O Senado vive um momento difícil, mas os problemas não foram gerados pelo Sarney. São anteriores a eles. O presidente Lula foi muito leal ao senador. Seguiremos o mesmo caminho”, disse um ministro. “A crise não é de hoje, não é de uma pessoa”, reforçou outro ministro. A ideia é oferecer a Sarney a ajuda necessária para virar a página e implantar uma agenda positiva. Além, é claro, de resistir à qualquer pressão para que o parlamentar renuncie à presidência. “Afastamento não passa pela nossa cabeça”, afirmou um ministro.
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