Em 1986, Peter Davies gozava de merecidas férias no Kenia pois acabara de se graduar na Northwestern University. Em uma incursão pela selva ele se deparou numa trilha com um jovem elefante que choramingava. O animal parecia estar ferido em uma das patas pois encontrava enorme dificuldade para se locomover. Demonstrava muito estresse. Peter então se aproximou cautelosamente, ajoelhou-se, conseguiu pegar na pata do animal e examinou com bastante cuidado. Após constatar que o incômodo era causado por uma lasca de madeira fincada em uma das ranhuras do "pezão" do bicho, Peter, o mais cuidadosa e calmamente possível, removeu o pedaço de pau utilizando sua faca.
Seguidamente à "cirurgia" o elefante cuidadosamente conseguiu pisar novamente, mesmo demonstrando sentir dor. Ato contínuo, já de pé(s), passou a encarar o homem com muita curiosidade permanecendo assim por tensos momentos. Enquanto era observado daquela forma estranha e inusitada, Peter ficou congelado, previa ser pisoteado pelo paquiderme. No entanto, após mais algum tempo, o elefante bramiu alto em tom, talvez, de agradecimento, virou-se vagarosamente de costas e caminhou mancando na direção de uma brenha até alcançá-la e desaparecer. Mesmo com o passar dos anos Peter nunca mais esqueceu essa experiência marcante na sua vida e os detalhes do que aconteceu naquela passagem por terras africanas.
Em 2006, Peter estava passeando pelo Zoológico de Chicago acompanhado do seu filho adolescente, Cameron. Quando se aproximaram da jaula do elefante, o enorme animal, logo que os viu, caminhou em direção ao local mais próximo de onde estavam, encarou Peter sem desviar o olhar, levantou a pata repetidas vezes e emitiu bramidos cada vez mais altos.
Peter avaliou ser aquele o mesmo elefante que encontrara na África vinte anos atrás. Encheu-se de coragem, escalou a grade, pulou no interior da jaula, andou até ficar de frente com o elefante e, bem próximo, lançou um terno olhar. O elefante então, emitiu um último bramido, enrolou a tromba na perna de Peter, levantou e o arremessou contra o gradeado da jaula matando-o na hora.
Muito provavelmente, quase que certamente, não era a porra do mesmo elefante, o tal, amiguinho do Peter, lá do Kenia.
(Dedicado a todas as pessoas que mandam aquelas bostas de e-mails com histórias melosas de finais felizes/previsíveis.)
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