terça-feira, 10 de março de 2009

Deu em O Globo
Renan dá Comissão do Orçamento a escudeiro

De Maria Lima:

   Pouco mais de um ano após sua absolvição no processo de cassação que investigou uso de dinheiro de um lobista para pagar pensão a uma filha fora do casamento, o hoje líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), está premiando com cargos importantes no Senado a tropa de choque que assumiu a linha de frente de sua defesa. Depois de indicar o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) para a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), hoje a bancada do partido deve ratificar a indicação do nome de Almeida Lima (PMDB-SE) para a presidência da poderosa Comissão Mista do Orçamento (CMO), responsável pela elaboração do Orçamento de 2010, ano de sucessão presidencial. Renan também já deu ao ex-presidente Fernando Collor o comando da Comissão de Infraestrutura.

   Com atuação apaixonada na época do processo, tanto Almeida como Salgado apresentaram votos em separado pela absolvição de Renan, o que acabou acontecendo no plenário, por 40 a 35 votos. A CMO tem troca de comando este mês. A relatoria deverá ficar com o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), e a presidência com Almeida Lima, que é advogado e tem pouca experiência na área econômica. Senadores de todos os partidos, inclusive da base, estão apavorados com a notícia e acham que Renan articula para pôr no cargo um parlamentar de atuação fraca, a fim de criar mecanismos de dificuldade para o governo e operar, ele mesmo, a realização do Orçamento.

   - O envolvimento do Renan em escândalos recentes acabou criando no Senado uma desconfiança em relação a suas indicações para essas comissões tão importantes. A pessoa que for indicada a Comissão de Orçamento vai ter que andar nos trilhos para não transformá-la de novo num foco de denúncias - diz o líder do PSB, Renato Casagrande, que teve seu parecer pela cassação de Renan aprovado no Conselho de Ética, mas derrotado no plenário.
   Renan Calheiros, Almeida Lima, Wellington Salgado...

    Pena que Maluf e Jarder Barbalho não sejam senadores.

   Haja Hipoglós para o povão!


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